segunda-feira, 20 de fevereiro de 2023

CARNAVAL DE 2023

 Este ano não me animei a ir ver o carnaval de Olinda, nem do Recife antigo. O Galo? Nem pensar.

A violência urbana, principalmente assaltos, tira a vontade de qualquer idoso de ir, sozinho, a esses eventos de rua. 

Estou aproveitando esse longo feriado para passear na praia, visitar parentes, ler e até dar uma adiantadinha no meu trabalho(apesar dos 70 anos de idade, continuo na minha atividade de barnabé federal).

Nas minhas caminhadas diárias, no calçadão da bela praia do bairro de Boa Viagem, feitas no início da noite, pros lados de Jaboatão dos Guararapes, para não dizer que não vi nada de carnaval neste ano, notei uma banda musical, até de boa qualidade, tocando num palco externo do Teatro do belíssimo Parque Dona Lindu, com alguns "gatos pingados" a apreciar, mas sem pular, como é típico nessas manifestações carnavalescas. 

Também, numa das barracas, havia uma banda musical, animando os comensais, que lotavam o calçadão no local e forçava os pedestres, com certo risco, a invadirem a pista dos ciclistas para poderem passar. 

E, pelo menos até o dia de hoje, segunda-feira de carnaval, aqui em Recife a chuva não deu as caras e tem feito um sol maravilhoso, exatamente o contrário do que vem ocorrendo no Estado de São Paulo, onde, segundo o rádio e a televisão, as cidades litorâneas de Ubatuba e São Sebastião foram submetidas a verdadeiro dilúvio, com a destruição de muitas moradias e mais de quatro dezenas de mortes, centenas de desabrigados, além de muitos alagamentos na Capital bandeirante.  

No próximo ano, vou viajar, pegar o meu carro e sair por aí, prometo!

 

segunda-feira, 12 de dezembro de 2022

Dia//.../Estranho

Por Francisco Alves dos Santos Júnior                                             O "dia de finados" traz-me estranhas sensações. Uma vontade de ouvir, de visitar, mas o(a) Finado(a) não mais pode me ouvir, nem ser visitado(a). Busco no pensamento a imagem, mas ela me chega desfocada, informe, gasosa, etérea. Eterna? Sem dúvida, é-me um dia, não digo triste, mas estranho. Não é triste, porque a morte é a única certeza que temos. Pagar impostos também. Mas, estes alguns conseguem sonegar. Daquela não há como sonegar-se. O certo é que o dia de cada um de nós chegará e todos os orgulhos, empáfias, vaidades esvair-se-âo. E nos restará apenas o mistério do além, o aparente sem sentido da vida.

sábado, 19 de novembro de 2022

RECORDAÇÕES III: A ""MATANÇA".

Por Francisco Alves dos Santos Júnior

Era na tarde do último dia da semana. Íamos para a “matança”, lugar cujo nome se confundia com os atos que ali aconteciam, lá no alto da Rua dos Ossos, periferia da cidade de Milagres-CE. Estávamos na faixa dos 8 aos 11 anos de idade. Chegávamos eufóricos, sentávamos no último degrau da cerca do curral, de médio porte, feito de caules de coqueiros. Dentro do curral estavam os garrotes e garrotas que iam morrer. Guardo bem na lembrança a imagem dos irmãos Cosme e Damião, gêmeos, de estatura pequena, bigodinho fino, bem parecidos um com o outro, açougueiros(chamados no lugar de marchantes) e que, embora tivessem nomes de Santos, de santo nada tinham. Os animais eram encurralados, um a um, para uma espécie de “corredor da morte” e, quando chegavam ao seu final, como num pressentimento ruim, tentavam fugir por baixo do último tronco da cerca. Um dos irmãos gêmeos aproximava-se, por fora da cerca, segurava, firmemente, um dos chifres do animal, e o outro chegava, com uma faca-peixeira ligeiramente longa, fina e afiada, e a enfiava na parte interna, entre os chifres do animal e este, num berro alto e triste, caia estrebuchando. Dali era imediatamente arrastado para um lugar descampado, onde o seu coro e as suas vísceras eram retirados. Às vezes, a garrota estava prenha e de dentro dela arrancavam um bezerrinho, já com couro bem macio. Nós, crianças, assistíamos a tudo, como se fosse a coisa mais natural do mundo, e aguardávamos ansiosos pela "bixiga" do animal, que, depois de lavada, era assoprada na boca mesmo, como se bola de assopro fosse, e então se transformava numa grande bola oval de futebol, que usávamos por longo período

 

sexta-feira, 18 de março de 2022

Depois da Morte.

 Por Francisco Alves dos Santos Júnior


Sob a lájea fria e a escuridão do túmulo, tarde demais pra fazer o que não fez, ou pra desfazer o malfeito, pois restará apenas a putrefação, os vermes, e a solidão


Recife, 16.03.2022


Diante desse texto, que publiquei na minha página no facebook, o poeta baiano Carlos Roberto Santos Araújos lembrou-me trechos da seguinte estrofe do poema "Testamento" de Vinícius de Morais.

"Por cima uma laje
Embaixo a escuridão
É fogo, irmão! É fogo, irrnão!".

Retruquei, dizendo-lhe que na verdade o início do meu texto foi inspirado em um verso, que estava no meu subconsciente, do poeta baiana Castro Alves, do seu poema, que depois achei no google, chamado "Mocidade e Morte" e que está na seguinte estrofe:

"– Árabe errante, vou dormir à tarde

À sombra fresca da palmeira erguida.

Mas uma voz responde-me sombria:

Terás o sono sob a lájea fria."

sexta-feira, 11 de março de 2022

RECORDAÇÕES - II No Dia em que a Poesia Venceu a Política e o Direito.

Por Francisco Alves dos Santos Júnior


RONALDO CUNHA LIMA, advogado, poeta e político paraibano, era então Senador e veio a Recife participar de uma Convenção, na Universidade Católica de Pernambuco - UNICAP, sobre o então Projeto de Emenda Constitucional - PEC que alterava a Constituição da República, criando  a Súmula Vinculante do Supremo Tribunal Federal. Ele era o autor ou o relator do PEC(não recordo mais). Um Advogado e um Juiz Federal(eu) participamos da mesa como debatedores. Éramos contra o PEC.  O então Senador CUNHA LIMA, muito simpático e falante, fez a defesa do PEC. No final dos debates, sentindo-se vencido no campo jurídico, trouxe a sua veia de poeta à luz e disse: "sabe de uma coisa, vamos tornar este local mais agradável e, como é composto, na maioria,  de jovens acadêmicos e acadêmicas de direito, vou declamar um habeas corpus que fiz em versos para soltar um Violão de um  amigo meu, que foi apreendido pela polícia numa  serenata que ele fez para uma namorada numa noite de luar". E declamou, com muta graça e brilho, o seu festejado poema. Foi ovacionado pelos jovens e pelos Professores e Advogados presentes. Passaram-me a palavra e, de uma forma um tanto grosseira e infeliz, eu disse: "o nobre Senador é bem melhor como Poeta, com P maiúsculo, que como legislador". Poucas pessoas bateram-me palmas. O Poeta CUNHA LIMA, como que querendo socorrer-me, sorriu e, numa grande demonstração de camaradagem, abraçou-me e disse-me ao ouvido: "o doutor tem razão!"

A pedidos do público, o Senador-Poeta declamou mais um poema, desta vez um poema do Juiz que julgou o habeas corpos a favor do Violão e deu a sentença em versos, pondo o Violão em liberdade. 

O Senador-Poeta CUNHA LIA foi novamente ovacionado, o numeroso público presente, de pé, o aplaudiu por longos cinco minutos. 

Naquele dia, a Poesia venceu a Política e o Direito. 


Recife, 09.03.2022. 

sexta-feira, 25 de fevereiro de 2022

RECORDAÇÕES - I - No Tempo da Minha Infância.

Por Francisco Alves dos Santos Júnior

I

Não passava trem em Milagres-CE, TV também ainda não existia, então a diversão dos jovens casais era fazer filhos, e foi assim que ganhei 12 irmãos, 9 garotas e 3 rapazes. Eita! O meu Pai só faltava era ficar doido, quando não endoidava de verdade, p'ra dar d'comê pra tanta gente. E pra pagar a Escola, comprar os uniformes, os livros e os restos das coisas.

Do frango, em dia de aniversário, tudo era aproveitado, até suas pernas magras e os seus dedos e nestes até que tinha uma gordurinha gostosa.

Na Sexta-Feira comia-se filé de boi, meu Pai era amigo de Antônio de Ciço, marchante que nos garantia esse luxo, pelo mesmo preço das carnes menos nobres, mas, como era muita gente, minha Mãe(que saudade!) esmerava-se no corte da iguaria, de forma que dava certinho um pedaco(até grandinho) p'ra cada um.

No resto da semana, a mistura era carne de criação, assim chamados bode(muito farto) e carneiro(bem raro). Além de bem mais baratos, tinha a vantagem dos ossos bucos, cheios de tutano e a quantidade maior, metade de um desses animais só pro almoço e então nos fartávamos.

Arroz e feijão, panelões imensos, eram à vontade, vinham da roça do meu Pai.

A única verdura, que eu lembre, era tomate, que plantávamos no quintal e as vezes comprávamos na feira ou no mercado.

terça-feira, 8 de fevereiro de 2022

A INVASÃO RUSSA À UCRÂNIA INDEFESA.

Por Francisco Alves dos Santos Júnior

O que as Potências do Ocidente estão esperando?
Zelenski acusa Países do ocidente de terem abandonado o seu País, a Ucrânia, à sanha massacrante da máquina de guerra Russa, sob às ordens do invasor Putin e, certamente escudado pela China.
Creio que o Vice-Presidente do Brasil, o General Mourão, esteja com razão, pois se os Países do ocidente tiverem medo de Putin, este fará a mesma escalada do Hitler: invadirá todas as Repúblicas das proximidades da Rússia, no sonho louco de reconstrução da extinta URSS - União das Repúblicas Socialistas Soviéticas, só que desta vez sem socialismo, com uma forte feição fascista. E, depois, poderá pensar, como Hitler, em dominar a Europa e, quem sabe, o resto do mundo.
As promessas de sanções econômico-financeiras, feitas por Paises da Europa e pelos EUA, são de duvidosa execução, pois também atingirão interesses de magnatas desses Países e o que importa, para eles, é o capital. Por que iriam perder dinheiro por um povo e um País tão distante das suas realidades?
O certo é que o sofrido povo ucraniano agora está escondido como ratos, como bem o disse uma ucraniana, no seu esconderijo, para um canal de TV, nos túneis do Metrô de Kiev.
Até quando?
Vão esperar que o massacre se aprofunde para uma rendição sem condicionantes e transformação da Ucrânia num mero Estado Membro da toda poderosa Rússia?
Julio Marcus Coelho Marcus, Fanca Machado e outras 9 pessoas
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