terça-feira, 11 de agosto de 2020

Desespero


   Por Francisco Alves dos Santos Júnior        
       
Confusos sonhos atormentam-me.

Nuvens negras, 
Cheias de miséria, fome e dor,
Das quais fugimos aos milhares,
Nos perseguem.

E,
Na fuga desesperada, 
Damos de encontro com uma enorme cerca
De arame farpado,

Depois dela,
Guardas violentos dominam e,
Quando não matam,
Fazem voltar os poucos que, 
Feridos, rasgados, 
Conseguem ultrapassá-la.

E aquelas nuvens negras aproximam-se,
Cheias de miséria, fome e dor.

Os Guardas,
Branquicelos, de rostos macilentos, sem vida, 
Riem sarcasticamente.


Recife, 11.08.2020, umas duas horas depois de ver o filme ADÚ.