Por Francisco
Alves dos Santos Júnior
Confusos sonhos atormentam-me.
Nuvens negras,
Cheias de miséria,
fome e dor,
Das quais fugimos aos milhares,
Nos perseguem.
E,
Na fuga desesperada,
Damos de encontro com uma enorme cerca
De arame farpado,
Depois dela,
Guardas violentos dominam e,
Quando não matam,
Fazem voltar os poucos que,
Feridos,
rasgados,
Conseguem ultrapassá-la.
E aquelas nuvens negras
aproximam-se,
Cheias de miséria, fome e dor.
Os Guardas,
Branquicelos, de rostos macilentos, sem vida,
Riem sarcasticamente.
Recife, 11.08.2020, umas duas
horas depois de ver o filme ADÚ.