Por Francisco Alves dos Santos
Júnior
Vidraças tremem e uivam
Com o açoite dos ventos
Vindos do mar
O barulho das ondas
Quebrando na praia
E o uivo dos ventos
Assustam a
cadela, que ladra e enrosca-se
Nas pernas da moça
Que reza baixinho
Pedindo aos santos
P’ros ventos cessarem.
A noite aprofunda-se
Os ventos aumentam
As ondas agigantam-se
E, assustadoramente,
Levam as palafitas
Invadem as ruas
Próximas do mar
O medo aumenta
Com a chegada da chuva
Chuva de vento
Que açoita e destrói
Encharca os morros
Que se desmoronam,
Matando e enterrando
Pobres e pobreza
Num quase alívio
De tanta miséria, de tanto sofrer.
Sob uma triste sinfonia
Do surdo dos trovões
Do uivo dos ventos
Do açoite das chuvas
Do clarão dos relâmpagos
Do silêncio das trevas da morte
Debaixo da lama
Debaixo das águas
Num quase alívio
De tanto sofrer.
Dedico
esse poema a “Seu” Geraldo, pai do compositor-cantor Lenine, poema este que foi
feito sob o impacto da notícia da sua morte. O “Seu” Geraldo, com quem tive o
prazer de conviver por certo tempo, era
um homem dedicado aos pobres e ao aprimoramento dos seres humanos.
E
hoje é um dia de muito vento e muita chuva na cidade do Recife-PE, vindos
certamente para levá-lo, com maior rapidez e suavidade, para um mundo melhor.
Este poema foi pubilicado em um dos números da Revista "Argumento" da AJUFE - Associação dos Juízes Federais do Brasil.
Recife, Praia de Boa
Viagem, em 16.07.2015
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