Por Francisco Alves dos
Santos Jr.
Aqui em casa, todos viajaram neste dia do
trabalhador de 2015, menos eu e a nossa cadelinha Frida[1],
uma simpática e amorosa espécie da raça shitzu. Depois do nosso rotineiro
passeio, retornamos ao apartamento. Sentei-me na minha cadeira de balanço e a
Frida deitou-se aos meus pés. Tomei o clássico “Os Grandes Sistemas do Direito Contemporâneo”
de René David e dele li alguns trechos. De repente, quando o sol estava se
pondo, senti uma solidão insuportável e “ouvi” um silêncio que me permitia sentir
o quase inaudível barulho da queda dos poucos fios de cabelos que me restam e o
farfalhar da cauda da Frida. Da minha cadeira de balanço, próximo ao janelão da
varanda do 13º andar, dava para ver o
intenso balanço das ondas do mar da praia de Boa Viagem, a menos de meio
quarteirão de distância. Resolvi então “fugir” da solidão e fui dar uma
caminhada no calçadão da beira-mar. Aliviei-me com a brisa morna e suave que
soprava, com a explosão de incontida alegria das pessoas que ali estavam, uns
simplesmente, como eu, andando, outros correndo ou conversando alegremente e muitos
jogando vôlei ou futebol nas areias da praia, aproveitando a maré baixa, pois
quando alta já não resta areia. Caminhei por uns dois quilômetros, tomei um leite com café e tapioca na Padaria
Boa Viagem, comprei salgados de queijo, alguns pães, e voltei. Sentei-me novamente, com o computar no
colo, televisão ligada no noticiário, e escrevi este desabafo.
[1]
Tributo à Frida Kahol, revolucionária pintora mexicana.
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