sexta-feira, 1 de maio de 2015

Solidão





Por Francisco Alves dos Santos Jr.

Aqui em casa, todos viajaram neste dia do trabalhador de 2015, menos eu e a nossa cadelinha Frida[1], uma simpática e amorosa espécie da raça shitzu. Depois do nosso rotineiro passeio, retornamos ao apartamento. Sentei-me na minha cadeira de balanço e a Frida deitou-se aos meus pés. Tomei o clássico “Os Grandes Sistemas do Direito Contemporâneo” de René David e dele li alguns trechos. De repente, quando o sol estava se pondo, senti uma solidão insuportável e “ouvi” um silêncio que me permitia sentir o quase inaudível barulho da queda dos poucos fios de cabelos que me restam e o farfalhar da cauda da Frida. Da minha cadeira de balanço, próximo ao janelão da varanda do 13º andar,  dava para ver o intenso balanço das ondas do mar da praia de Boa Viagem, a menos de meio quarteirão de distância. Resolvi então “fugir” da solidão e fui dar uma caminhada no calçadão da beira-mar. Aliviei-me com a brisa morna e suave que soprava, com a explosão de incontida alegria das pessoas que ali estavam, uns simplesmente, como eu, andando, outros correndo ou conversando alegremente e muitos jogando vôlei ou futebol nas areias da praia, aproveitando a maré baixa, pois quando alta já não resta areia. Caminhei por uns dois quilômetros,  tomei um leite com café e tapioca na Padaria Boa Viagem, comprei salgados de queijo, alguns pães,  e voltei. Sentei-me novamente, com o computar no colo, televisão ligada no noticiário, e escrevi este desabafo.


[1] Tributo à Frida Kahol, revolucionária pintora mexicana.

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