sábado, 9 de maio de 2015

Agonia. Sertão.



Por  Francisco Alves dos Santos Jr



Sem chuvas ,

estrada barrenta,

O cavalo do Feitor levanta poeira.

O gado magro passa lentamente,

ruminando  no aboio triste do vaqueiro.

Casa de taipa.

A mulher, da janela, olha desesperançada.

O seu filho, de ossos a vista, puxa sua saia,

pede de comer.

Não há nada na panela

O sol, vagarosamente, se vai.

A noite chega.

 Os bezerros, separados das mães, berram em vão,

 o leite é para o filho do patrão.

Uma esperançosa nuvem se forma ao longe.

Ouve-se o zurrar do burro;  uma jaracuçu foge pelo mato seco.

Delgada lua minguante passa ao longe.

 

Recife, 08.05.2015, 20:33h.

 

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